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    quinta-feira, 19 de agosto de 2010

    Justiça nada tem a ver com perdão

    Particularmente não creio num deus perfeccionista, que condena suas criaturas por qualquer deslize que elas cometam. Mas também não creio num deus que aceita tudo e se conforma com o estado de suas criaturas. Pode até ser um paradoxo, mas esse deus pede que sejamos imitadores de Jesus, que não pecou, mas dá o "remédio" do perdão às suas criaturas que, ao falharem (e sempre falharão), possam se arrepender verdadeiramente e voltar ao caminho.

    Conforme Philip Yancey, no seu livro "Maravilhosa Graça" (p. 79), o perdão não é um ato natural e por muitas vezes preferimos acalentar feridas, percorrer longas distâncias para racionalizar nosso comportamento, perpetuar brigas familiares, punir nós mesmos e aos outros: tudo para fugir do perdão. Como podemos esperar misericórdia se relutamos em concedê-la? Como podemos falar do perdão de Deus se o recebemos mas não o partilhamos com aqueles que nos chateiam e ofendem?

    O perdão é o ponto central da fé cristã. Para que houvesse a justiça de Deus, era necessária a morte de Jesus como expiação dos nossos pecados. O perdão estava estabelecido. Isso parece contraditório com o título deste post "Justiça nada tem a ver com perdão", mas não é. Deus não precisava perdoar, mas Ele preferiu estabelecer o perdão dos nossos pecados. Em geral, ninguém precisa perdoar uns aos outros, mas destruirão a ponte pela qual todos têm de passar para viver a vida que Deus preparou para nós. Sempre que perdoamos alguém, rasgamos qualquer cobrança de justiça sobre a causa perdoada. Perde-se o direito de cobrar por alguma punição em nome do amor que Jesus estendeu a todos sem exceção e demonstrou como a solução da distância entre Deus e a humanidade.

    Por fim, termino com uma frase do teólogo alemão Dietrich Bonhoeffer: "Jesus não prometeu que quando abençoarmos os nossos inimigos e lhes fizermos o bem eles não abusarão de nós nem nos perseguirão. Certamente o farão. Mas nem isso pode nos ferir ou vencer, quando oramos por eles. Estamos fazendo vicariamente o que eles não podem fazer por si mesmos".

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